A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura e das Utopias, inaugura nesta quinta-feira (18/09) um novo espaço destinado à produção audiovisual. O Estúdio Glauber Rocha – homenagem a um dos maiores cineastas do Brasil e principal nome do chamado ‘Cinema Novo’ – fica no complexo cultural que abriga ainda o Cine Henfil e a Biblioteca Pública Municipal Leonor Leite Bastos de Souza, na Rua Alferes Gomes.
A gestão do espaço será em parceria com a Semear Filmes, sob coordenação de Guto Neto, que é cineasta e professor-coordenador do curso de Cinema e Audiovisual das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Unifacha). Segundo ele, o estúdio vai contar com duas câmeras, uma unidade de edição, kit de luz básico também para gravações externas e material para captação de áudio.
Guto afirma que, inicialmente, serão produzidos conteúdos como cinejornais e coberturas de projetos institucionais, e que serão criadas de forma gradativa políticas para acesso de projetos de curta metragem.
“Não será possível ainda comportar projetos maiores como ‘longas’ ou documentários. Vamos organizar os fluxos de trabalho, renovar a capacitação da equipe de forma constante, de modo a contribuir com diferentes projetos dos realizadores dentro da nossa capacidade”, adiantou Guto Neto, que foi um dos palestrantes da mesa de debates ‘Arte contra e Barbárie’, durante o 2º Festival de Cinema e Política, realizado em junho no Cine Henfil.
Para o secretário de Cultura e das Utopias de Maricá, Sady Bianchin, o novo espaço voltado ao cinema é mais um passo para democratizar o acesso amplo às artes, agora no campo da produção.
“O estúdio público Glauber Rocha é mais um instrumento que compõem as políticas do audiovisual de Maricá, que tem a finalidade de investir no território, fazendo a inclusão e democratizando o acesso à produção dos realizadores locais”, salientou.
Sobre Glauber Rocha
Reverenciado como um gênio revolucionário na história do nosso cinema, o baiano Glauber Rocha é um dos fundadores do movimento de vanguarda ‘Cinema Novo’ – junto com nomes como Nelson Pereira dos Santos, Cacá Diegues, Ruy Guerra e muitos outros -, que se destacou pela sua crítica à desigualdade social que se tornou proeminente durante os anos 1960 e 1970, como uma resposta à instabilidade racial e classista no Brasil e à influência do modelo americano na produção nacional.
Muitas de suas obras, como “Deus e o Diabo Na Terra do Sol” (1964), ‘Terra em Transe’ (1967) e ‘O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro’ (1968), são frequentemente listadas como alguns dos mais importantes filmes brasileiros de todos os tempos. Com um total de 19 produções realizadas, Glauber faleceu no Rio em 1981, aos 42 anos.