A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Educação, promoveu nesta terça-feira (19/08) uma visita dos alunos da Escola Municipal de Idosos Milton Felipe Diniz ao projeto “É Plantando que se Colhe”, na horta comunitária do bairro do Condado. A atividade reuniu duas turmas do polo de Itaipuaçu, que puderam aproveitar o espaço e participar do plantio e da colheita de verduras.
A visita foi conduzida pelo coordenador da Somar Charles Carvalho, que fundou e atua há quatro anos na horta. “O projeto oferece vivências e práticas que conectam educação ambiental, cidadania e saúde. Os estudantes aprendem na prática a plantar, cuidar da terra e colher alimentos, enquanto se aprofundam em conceitos de como segurança alimentar, reaproveitamento de resíduos e agricultura urbana”, ressaltou.
Na chegada, os alunos participaram de uma roda de conversa sobre o projeto, que apresentou a história da horta do Condado e as atividades que são realizadas no local. A gerente de Ensino de Educação de Idosos, Adriana Ribeiro, explicou que as turmas da Escola de Idosos terão aulas no espaço e vão poder acompanhar o desenvolvimento do que for produzido ao longo das atividades.
“Uma vez por semana, os alunos vão plantar e acompanhar o crescimento das hortaliças até a colheita, aprendendo também a importância de uma alimentação saudável, sem agrotóxicos”, disse.
O secretário de Proteção e Defesa Civil, Danilo dos Santos, lembrou que a horta foi implantada em uma área antes abandonada. “Era uma área degradada que trazia problemas para a comunidade. A prefeitura se apropriou e transformou em um espaço destinado à conservação. Agora, é um objeto de entrega para a comunidade”, destacou.
No canteiro, os idosos conheceram as plantações de ervas medicinais, temperos, hortaliças e legumes, como alface, repolho roxo, tomate, abóbora, hortelã e orégano. Além de participar do plantio, os alunos também colheram alguns alimentos e puderam levar a produção para a casa.
O subsecretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Guilherme Di Cesar, acompanha a horta desde 2022 e reforçou o valor educativo da iniciativa. “Esse espaço começou com ações de compostagem e reaproveitamento de óleo. Acho muito importante a gente integrar a comunidade nesses espaços e fazermos um aproveitamento sustentável. É aprendizado”, comentou.
A chefe de gabinete da Diretoria de Conservação, Alessandra Menezes, complementou que o projeto fecha um ciclo sustentável. “Os resíduos retirados da capina e do roçado são utilizados aqui, é uma junção de esforços. A nossa intenção é expandir o projeto e transformar outras áreas que não estão sendo utilizadas, em hortas para a comunidade”, acrescentou.
Aluna do projeto, Elane Portugal, de 64 anos, disse que a visita já trouxe conhecimento e que as aulas no local vão agregar ainda mais. “É a segunda vez que venho, mas hoje eu pude plantar e colher. Estou gostando muito, vamos aprender muita coisa com as aulas”, disse.
Já Isaías Loureiro, de 72 anos, comparou a prática com uma terapia. “Temos um canteiro aqui e toda semana voltamos para plantar e colocar adubo. É muito gratificante. Aqui é uma terapia para nós, é bom sentir a energia da terra”, declarou.
Outros participantes também reforçaram o impacto positivo do projeto. “Fui criada na roça, adoro plantar. Com as aulas a gente vai poder ver o que plantamos crescer”, disse Veridiana Sales, de 66 anos. Para Maria Paulina, de 70, a horta também ajuda no orçamento familiar. “Hoje em dia está tudo muito caro, principalmente os produtos orgânicos, então a horta ajuda quem não tem condições, além de ensinar a cultivar o próprio alimento”, afirmou.
A Escola de Idosos completa dois anos em outubro e já conta com 120 alunos matriculados, fortalecendo a proposta de continuidade da vida escolar e inclusão social da pessoa idosa em Maricá. “A nossa escola é uma política de resgate da cidadania e da inclusão. Aqui, os idosos encontram interação, socialização e qualidade de vida. É uma devolução da vida”, finalizou Adriana Ribeiro.
