A Região dos Lagos atravessa um momento delicado em saúde pública. Hospitais municipais e clínicas pediátricas em São Pedro da Aldeia, Araruama e Saquarema registram um aumento expressivo nos atendimentos e internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sobretudo entre crianças, o que acende o sinal de alerta para a comunidade.
Panorama nacional e local
Em 2025, foram notificados aproximadamente 45.228 casos de SRAG no Brasil, com confirmação laboratorial em quase 43% deles. Dos casos positivos, 38,4% foram causados pelo vírus sincicial respiratório (VSR) — principal causador em crianças pequenas — seguidos de rinovírus (27,9%), influenza A (11,2%) e COVID‑19 (20,7%).
Ainda segundo especialistas, a SRAG segue em tendência de crescimento em várias regiões, com instabilidade nos dados de curto prazo e sinal de alta contínua na curva de longo prazo.
Quem mais está sendo afetado
O grupo de crianças de até dois anos lidera os casos de SRAG, principalmente por conta do VSR, que costuma circular com força nesta época do ano. Já o rinovírus impacta especialmente a faixa etária entre 2 e 14 anos.
Embora os idosos também apresentem casos, com maior incidência de Influenza A e infecções por COVID‑19, entre as crianças o avanço das internações é mais acelerado.
Medidas adotadas pelo Ministério da Saúde
Para enfrentar a situação, o governo federal liberou R$ 100 milhões para reforçar o atendimento pediátrico no SUS, com foco em leitos de média e alta complexidade.
Além disso, a campanha nacional de vacinação contra a gripe foi intensificada, com o Dia D realizado em 10 de maio. A imunização pode reduzir em até 60% os casos graves e óbitos provocados pela Influenza. Foram adquiridas mais de 73 milhões de doses, com prioridade de distribuição para os estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
O que isso significa para os pais da Região dos Lagos
-
Reconhecer os sinais de alerta em casa
Pais e responsáveis devem ficar atentos a sintomas como dificuldade para respirar, febre alta, tosse persistente, cansaço extremo, coloração azulada nos lábios ou rosto e recusa alimentar. Esses sinais indicam a necessidade de buscar atendimento médico imediato. -
Vacinação atualizada e reforçada
É fundamental manter o calendário de vacinação em dia, especialmente contra a gripe e a COVID‑19. Em crianças pequenas, uma gripe pode evoluir com rapidez para um quadro grave. -
Cuidados de higiene e prevenção em casa e nas escolas
É importante manter os ambientes ventilados, reforçar o uso de álcool em gel e a lavagem das mãos com frequência. Evitar aglomerações também é essencial, principalmente em locais com grande circulação de crianças. -
Atenção às faixas etárias mais vulneráveis
Crianças com menos de dois anos exigem cuidado redobrado, pois têm maior risco de complicações. A detecção precoce dos sintomas pode evitar agravamentos. -
Acesso rápido à rede de saúde
As unidades de Atenção Primária à Saúde devem estar preparadas para acolher os casos suspeitos, diagnosticar rapidamente e encaminhar as crianças para os hospitais. É importante que cada município da Região dos Lagos informe à população sobre os fluxos e locais de atendimento.
Por que isso importa para nossa região
A Região dos Lagos conta com cerca de 538 mil habitantes, distribuídos entre sete municípios. Com forte vocação turística e grande circulação de pessoas, é essencial que os sistemas de saúde estejam preparados para lidar com a alta demanda, principalmente em períodos de maior risco para o público infantil.
O aumento de casos de SRAG em crianças nas cidades da Região dos Lagos exige atenção redobrada da população e medidas ágeis por parte das autoridades. A prevenção, o diagnóstico precoce e a vacinação são pilares fundamentais para conter o avanço da doença. Proteger as crianças é um compromisso coletivo que começa com a informação.
Se você é morador da Região dos Lagos, tem relatos de atendimento, conhece boas práticas locais ou ações comunitárias de prevenção, envie sua sugestão. Sua participação pode fazer a diferença!
Editorial Conexão Lagos – WhatsApp: (21) 97949‑0675