Na matéria anterior, apresentei a grandiosidade do Festival Folclórico de Parintins, considerado o maior espetáculo a céu aberto do mundo. Agora, convido você a mergulhar ainda mais fundo nessa celebração única da cultura amazônica, para entender como funciona a disputa entre os bois Garantido e Caprichoso, uma rivalidade saudável que move paixões e enche de orgulho o povo do Norte.
Durante três noites, sempre nos último final de semana de junho, cada boi tem 2h30 de apresentação, com um intervalo de 30 minutos entre eles. O espetáculo traz à arena lendas, personagens míticos, danças coreografadas, rituais indígenas e figuras típicas da região, compondo um verdadeiro mosaico do imaginário amazônico.

A apresentação é avaliada por jurados em 21 itens, divididos em três blocos:
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Bloco A – Musical
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Bloco B – Cênico e Coreográfico
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Bloco C – Artístico
Esses itens são:
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Apresentador – conduz com domínio e carisma.
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Levantador de Toadas – dá vida às músicas que embalam o espetáculo.
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Marujada/Batucada – a alma rítmica do boi.
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Toada (letra e música) – melodia e conteúdo que narram a essência da apresentação.
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Boi-Bumbá Evolução – os movimentos cênicos do boi em si.
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Amo do Boi – personagem tradicional que interage com o público e o boi.
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Sinhazinha da Fazenda – representa a leveza e beleza feminina.
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Rainha do Folclore – incorpora com desenvoltura o espírito do folclore.
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Cunhã-Poranga – a guerreira indígena, símbolo de força e beleza.
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Pajé – figura espiritual que conduz rituais místicos na arena.
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Ritual Indígena – encenação de tradições ancestrais.
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Tribos Indígenas – representação das etnias com coreografia e autenticidade.
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Tuxauas – líderes indígenas, com trajes de imponência.
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Porta-Estandarte – conduz o símbolo do boi com orgulho.
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Figura Típica Regional – traz elementos únicos da cultura amazônica.
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Alegorias – esculturas grandiosas que criam o cenário visual da apresentação.
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Lenda Amazônica – histórias que ganham forma na arena.
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Vaqueirada – retrata os vaqueiros, guardiões do boi.
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Coreografia – movimentos sincronizados dos dançarinos.
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Organização do Conjunto Folclórico – harmonia entre os elementos.
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Galera – o público, que participa ativamente com energia e disciplina.

Um detalhe curioso e marcante: enquanto um boi se apresenta, o outro permanece em silêncio e com as luzes apagadas, em total respeito à apresentação adversária. Isso porque a “Galera”, a torcida apaixonada, também é julgada! Cada lado da arena do Bumbódromo, é dividido com as cores predominantes de cada boi: o vermelho do Garantido e o azul do Caprichoso.
O Festival de Parintins vai muito além de uma festa. É uma expressão viva da identidade amazônica, reconhecida nacional e internacionalmente. Seu brilho chegou até o carnaval carioca, quando Joãozinho Trinta descobriu os artistas de Parintins e levou esse talento para os bastidores do carnaval e ao Sambódromo. Recentemente, a visibilidade da Cunhã-Poranga Isabelle Nogueira no Big Brother Brasil plantou no coração do país um pouco do que essa celebração representa.

Fica aqui meu convite: venha conhecer Parintins, no meio da Floresta Amazônica, onde o coração pulsa mais forte e onde se aprende, com emoção, o verdadeiro significado de “brincar de boi”.
Viva a cultura popular! Viva os Bois de Parintins!
O Festival de Parintins será transmitido ao vivo pelo canal da TV Acrítica no YouTube, dia 27 de junho às 21h.
Até a próxima matéria!