O Tribunal do Júri do Fórum de Armação dos Búzios condenou, nesta terça-feira (12), Matheus da Conceição Pinto Scala a 18 anos e 11 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Pamela Santos Carvalho, de 26 anos, ocorrido em março de 2022. O réu, que era pai dos filhos da vítima, permanecerá preso, como esteve durante todo o processo.
Durante a leitura da sentença, o juiz Eduardo Pacheco, da 1ª Vara, destacou que a condenação se deu com base nos artigos 121 (homicídio qualificado) e 211 (ocultação de cadáver) do Código Penal. O crime foi classificado como homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, feminicídio e emboscada, além da tentativa de esconder o corpo da vítima.
A pena foi agravada pelo forte impacto social, já que duas crianças pequenas ficaram órfãs de mãe e com o pai condenado à prisão por longo período. A confissão parcial de Matheus resultou em uma redução limitada da pena, e o fato de ser réu primário impediu o agravamento por antecedentes.
Relembre o caso
Pamela desapareceu no dia 11 de março de 2022, após sair do trabalho na Rua das Pedras por volta das 20h20. Sua última atividade no WhatsApp foi registrada às 20h57. O corpo foi encontrado oito dias depois, no dia 19 de março, na Lagoa da Ferradura, nos fundos da 127ª Delegacia de Polícia (Búzios).
As buscas mobilizaram agentes da ROMU, da Guarda Municipal e servidores da Prefeitura de Búzios. O corpo foi localizado após policiais perceberem uma movimentação estranha de aves na lagoa. O acesso ao local era tão difícil que foi necessário utilizar um caiaque para chegar ao ponto exato.
A investigação apontou que Matheus teria assassinado Pamela após ela insistir no reconhecimento da paternidade dos filhos, motivando a acusação de motivo torpe.
Com a decisão do júri, o caso agora passa a ser um dos mais emblemáticos julgamentos por feminicídio em Búzios, marcando uma resposta da Justiça à violência contra mulheres na Região dos Lagos.
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Imagem: Folha de Búzios
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