Autoridades monitoram situação em parque da capital; entenda se a gripe aviária pode se tornar um problema para o Brasil
A confirmação de casos de gripe aviária (H5N1) em galinhas-d’Angola no BioParque do Rio, na Zona Norte da capital fluminense, gerou preocupação e muitas dúvidas entre a população. A detecção foi feita por exames laboratoriais realizados pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Campinas (SP), após suspeitas levantadas durante uma vistoria de rotina no parque.
Afinal, esse vírus pode se espalhar? Há risco real para humanos? E como isso impacta o Brasil?
A seguir, o Conexão Lagos esclarece os pontos principais da situação e o que realmente está em jogo.
O que aconteceu no BioParque?
Na última terça-feira (23), o Governo do Estado confirmou a presença do vírus H5N1 em aves mantidas no BioParque. As aves infectadas foram isoladas e o setor da savana africana, onde viviam, foi colocado em quarentena por 14 dias. A visitação ao local está suspensa, mas o restante do parque segue funcionando com reforço nas barreiras sanitárias.
Quinze funcionários que tiveram contato com as aves estão sendo monitorados desde o dia 17. Até agora, não há nenhum caso humano confirmado. Caso apresentem sintomas gripais, será seguido um protocolo rigoroso de testagem e isolamento.
A gripe aviária pode se espalhar para humanos?
Casos de transmissão de gripe aviária para humanos são extremamente raros, mas não impossíveis. O contágio direto ocorre, geralmente, em situações de exposição prolongada e sem proteção adequada ao vírus, como em criadouros e contato intenso com aves doentes.
Importante: até agora, nenhum caso humano foi registrado no Brasil, mesmo com outras ocorrências anteriores em aves silvestres ou de criatórios. O vírus não é transmitido por meio do consumo de carne de frango ou ovos, desde que sejam devidamente cozidos.
E a cadeia produtiva? O Brasil corre risco econômico?
Sim, mas de forma controlada até o momento. O vírus H5N1 é altamente contagioso entre aves e, se chegar a granjas comerciais, pode afetar a produção de carne e ovos, causando prejuízos econômicos severos e impactando as exportações brasileiras — uma das maiores do mundo no setor.
Por isso, a confirmação de casos em aves cativas ou silvestres exige ação imediata, como a que está sendo feita no RJ: isolamento da área, vigilância ativa, testagens constantes e monitoramento de todas as aves em contato direto ou indireto.
A gripe aviária pode se tornar um problema de saúde pública?
No estágio atual, não. A situação está sendo tratada como caso de saúde animal com potencial de vigilância em saúde humana, mas não há surto nem risco de epidemia.
Segundo especialistas do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ), a gripe aviária não representa ameaça imediata à saúde pública no Brasil. O que existe é um estado de alerta e reforço na vigilância para que o vírus não se espalhe entre aves de produção ou silvestres em ambientes urbanos.
O que a população deve fazer?
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Evitar contato direto com aves doentes ou mortas, especialmente em áreas silvestres ou criadouros amadores
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Informar autoridades locais (Secretaria de Agricultura ou Defesa Agropecuária) em caso de suspeita de morte anormal de aves
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Manter hábitos de higiene ao manusear alimentos de origem animal, como carnes e ovos
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Consumir produtos devidamente inspecionados e cozidos
E na Região dos Lagos?
Até o momento, nenhuma ocorrência foi registrada em aves ou humanos na Região dos Lagos. Cidades como Araruama, Saquarema, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia possuem áreas rurais e criadouros, mas estão sob vigilância sanitária e sem qualquer alerta ativo.
Órgãos como a Superintendência de Defesa Agropecuária e as Secretarias Municipais de Saúde e Agricultura seguem monitorando possíveis sinais da doença na fauna local.
O vírus H5N1 exige atenção, mas não é motivo para pânico. A ação rápida das autoridades no Rio de Janeiro mostra que o país tem estrutura para conter episódios isolados. A gripe aviária pode causar perdas econômicas se não for controlada, mas, neste momento, o risco para a saúde humana permanece muito baixo.
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