Uma megaoperação da Polícia Federal movimentou a Região dos Lagos nesta quinta-feira (17), com ações simultâneas em Armação dos Búzios, Cabo Frio e outras cidades fluminenses para desarticular um dos maiores esquemas de fraude contra o INSS já identificados no estado. Batizada de Operação Fraus, a ação revelou uma organização criminosa sofisticada que atuava há mais de 10 anos, causando um prejuízo estimado em mais de R$ 30 milhões aos cofres públicos.
De acordo com as investigações, o grupo fraudava benefícios assistenciais do tipo BPC/LOAS, destinados a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social. Só nos últimos seis meses monitorados pela PF, foram identificados 415 requerimentos falsos, que geraram pagamentos indevidos na ordem de R$ 1,6 milhão.
Entre os principais alvos, está um homem conhecido como “Professor” ou “Rei do Benefício”, apontado como o mentor intelectual do esquema. Ele foi surpreendido em sua residência em Búzios, onde a polícia cumpriu um dos oito mandados de busca e apreensão expedidos pela 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Estrutura complexa e rede de cumplicidade
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha operava com alto grau de organização, envolvendo servidores públicos, gerentes bancários, correspondentes financeiros e até profissionais de artes gráficas, que fabricavam documentos falsos usados nos cadastros irregulares.
O grupo obtinha dados de terceiros de maneira ilegal e criava perfis falsos no sistema do Meu INSS para simular requerimentos de benefício. Em muitos casos, os próprios benefícios eram revendidos por valores entre R$ 2.000 e R$ 2.500. Gerentes bancários envolvidos no esquema cobravam cerca de R$ 500 para abrir contas destinadas a receber os valores fraudulentos.
A fraude foi descoberta após um relatório detalhado produzido pelo Núcleo Regional de Inteligência Previdenciária e Trabalhista do Rio de Janeiro, vinculado ao Ministério da Previdência Social. O documento apontava irregularidades na agência do INSS de Arraial do Cabo, o que motivou a apuração mais ampla.
Impacto e desdobramentos
A Polícia Federal destacou que o volume de requerimentos era tão alto que, em algumas situações, as contas não eram abertas a tempo de receber os pagamentos, levando à suspensão dos benefícios por falta de saque.
Os investigados devem responder por estelionato previdenciário, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Operação Fraus segue em andamento para identificar outros possíveis envolvidos e recuperar valores desviados.
A Prefeitura de Cabo Frio e a Prefeitura de Armação dos Búzios, por meio de suas secretarias de Assistência Social, reforçaram orientações aos moradores para que denunciem casos suspeitos relacionados a benefícios irregulares.
Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo canal da PF ou pelo telefone 135 do INSS.
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