A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Políticas da Terceira Idade, tem promovido mais do que atividades e cuidado com a saúde: também tem sido espaço para compartilhar afetos, novas amizades e até histórias de amor. Neste Dia dos Namorados, o destaque é para os casais da melhor idade que compartilham a vida na Casa da Terceira Idade de Santa Paula.
Os aposentados Silvia Regina, de 61 anos, e Marcos Antônio de Almeida, de 64, são namorados há 33 anos. O reencontro com o amor veio a partir de uma amizade com Marcos, divorciado assim como ela. A afinidade entre os dois cresceu com o tempo, e o carinho se transformou em companheirismo e cumplicidade. Moradores do bairro Santa Paula há 25 anos, há três eles frequentam juntos a Casa da Terceira Idade da região.
“Depois que a gente começa a frequentar esse espaço é como se a vida ganhasse outro ritmo. A gente dança, se diverte, conversa com outras pessoas. Isso fortalece e muito o nosso relacionamento”, comenta Silvia. “Amar na terceira idade é diferente, é mais calmo, mais respeitoso. E aqui a gente encontra apoio para seguir vivendo bem esse amor”, completou.
Outra história inspiradora é a de Marilda de Souza e Petrônio Campos, ambos com 80 anos. Marilda foi casada por 45 anos e ficou viúva. Petrônio também perdeu a esposa. Foi por meio de uma amiga em comum que os dois se encontraram e começaram a se ver com frequência. O sentimento cresceu, e hoje moram juntos. Foi através da filha, Silvia Regina, que Marilda passou a frequentar a Casa da Terceira Idade — e, desde então, compartilha essa rotina com o novo companheiro.
“Eu achei que não viveria mais uma história assim, mas a vida surpreende a gente. Nunca é tarde para amar, reencontrar um amor de infância e ser feliz”, contou Marilda. “A gente se entende com o olhar. E aqui, com tantas atividades e acolhimento, a gente se sente vivo de novo”, emendou Petrônio.
Já Marcos Walsh, 77 anos, e Valdineia Walsh, 76 anos, estão juntos há 51 anos e 8 meses. O casal se conheceu em um cenário que era típico de uma tarde carioca nos anos 60: um parque de diversões movimentado, música ambiente, cheiro de algodão-doce e a juventude circulando entre brinquedos e risadas. Foi ali, no coração do Rio de Janeiro, que um encontro inesperado mudou duas vidas para sempre.
Ele a viu de longe e percebeu, de imediato, que não podia deixar aquela chance escapar. Sem rodeios, aproximou-se e, em um gesto ousado e romântico para a época, pediu permissão à mãe dela para iniciar uma conversa. O que poderia ter sido apenas uma troca de olhares virou uma verdadeira e duradoura história de amor que atravessa gerações. “Foi tudo muito rápido, mas muito certo. A gente sabia que era para sempre”, disse Marcos, emocionado.
Para Carmen Helena, coordenadora da Casa da Terceira Idade de Santa Paula, a convivência diária proporciona laços profundos entre os frequentadores. “A gente observa que, mais do que fazer atividades físicas ou oficinas, os idosos criam vínculos afetivos. Alguns reencontram o amor, outros fazem amizades para a vida inteira. Isso mostra que a política pública voltada para a terceira idade vai muito além do cuidado: ela também transforma histórias”, concluiu.
