II Festival de Cinema e Política de Maricá reúne vozes influentes e público expressivo
Foto: Elsson Campos


Foto: Elsson Campos

No quinto dia do II Festival de Cinema e Política, a Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura e das Utopias, promoveu mais uma noite de intensos debates no Cine Henfil, reforçando o papel da cidade como um importante polo de reflexão cultural e político no país. Entre os destaques da programação, a mesa “Cinema, Religião e Política” reuniu nomes de peso para abordar como essas três forças moldam a sociedade contemporânea.

Um dos principais convidados foi o escritor e teólogo Frei Betto, que ofereceu uma análise contundente da instrumentalização da fé. Segundo ele, “a religião é uma expressão pública e, como tal, carrega um projeto de sociedade menos opressora, com mais harmonia. O problema é quando ela é usada para legitimar desigualdades sociais. O cinema é uma das armas mais poderosas para gerar reflexão e desmontar manipulações”.

O secretário de Assuntos Religiosos, pastor Sérgio Luís Souza, emocionou o público ao compartilhar sua experiência pessoal com o cinema durante a juventude. “O cinema, como a própria Bíblia, mostra a fragilidade humana. E quando arte e fé se encontram, temos a chance de refletir e transformar realidades. Política está em tudo isso, não dá para separar”, destacou.

Já o cineasta Daniel Filho, veterano da televisão e do cinema brasileiros, apontou a importância da arte audiovisual como instrumento de consciência social. “Nunca fui religioso, mas convivi com muitas religiões. Todas, em sua essência, buscam a comunhão e o bem coletivo. E o cinema sempre foi minha forma de expressar isso — uma ferramenta de crítica e de reflexão, sobretudo em tempos difíceis”, afirmou.

A mediação ficou por conta da atriz Marcela Giannini, que ressaltou o papel do cinema como termômetro e espelho do nosso tempo. “O cinema antecipa o futuro, transforma mentalidades e provoca mudanças. É essencial, especialmente em tempos de crise, para repensarmos quem somos e para onde vamos”, disse ela ao público presente.

O secretário de Cultura e das Utopias, Sady Bianchin, defendeu com veemência a cultura como ferramenta de resistência e construção cidadã. “O futuro das próximas gerações passa pela valorização da nossa ancestralidade e pela inclusão do povo no orçamento participativo. O cinema gratuito e público, como o que temos aqui, só será mantido se for defendido por vocês, pela própria população”, afirmou, chamando o público a assumir um papel ativo na defesa das políticas culturais.

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O evento foi uma realização da Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura e das Utopias, em parceria com o CECIP – Centro de Criação de Imagem Popular. Durante sua programação, o festival reafirmou seu papel como espaço fundamental para a reflexão crítica e o fortalecimento da democracia por meio da cultura.

Programação:

Sábado – 28 de junho
17h30 – Mesa: “Cinema e Memória Social” — com Paula Sacchetta, Isis Macedo (mediadora), Mariana Figueiredo e Beto Novaes
19h – Filme: Verdade 12.528 (Paula Sacchetta, 2013)

● Domingo – 29 de junho
17h30 – Mesa: “Cinema, Política e Contemporaneidade” — com Hildegard Angel, Francisco Carlos Teixeira, Sergio Rezende, Sady Bianchin e Washington Quaquá
19h – Filme: Zuzu Angel (Sérgio Rezende, 2006)

Fonte: Prefeitura de Maricá

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