A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Cultura e das Utopias, segue com a programação do II Festival de Cinema e Política. Neste sábado (21/06), a mesa de debates teve como tema “Arte contra a Barbárie”, com a participação de Cid Benjamin, Guto Neto, Susanna Lira e mediação de Lorena Leal. Em seguida, foi exibido o filme “Nada sobre meu pai”, de Susanna Lira. O festival acontece até o dia 29 de junho, nos fins de semana, no Cine Público Henfil, no Centro.
Protagonista da noite, a cineasta Susanna Lira disse que a ideia de contar a história do próprio pai reforça a importância de lembrar daqueles que lutaram contra a ditadura militar. Seu primeiro filme sobre a temática foi “Torre das Donzelas”, de 2018, documentário vencedor de 50 prêmios e exibido em mais de 100 países.
“Cinema é um instrumento de reflexão, de conhecimento e informação. É um dever nosso enquanto cineasta não deixar que essas histórias se percam”, refletiu.
Filha de um jovem guerrilheiro equatoriano, Susanna nunca conheceu o pai, que veio para o Brasil lutar contra a ditadura militar na década de 1970. Em busca de sua própria história, ela vai até Quito, terra natal do pai, e divulga a procura entre dezenas de veículos da imprensa equatoriana. O documentário road movie apresenta a cineasta encontrando com os possíveis pais que respondem aos anúncios divulgados na imprensa.
Participante da mesa, o jornalista e cineasta Guto Neto falou sobre a importância de oferecer para a sociedade, de forma gratuita, um festival de cinema e política.
“É mais um marco histórico que a cidade de Maricá leva não só para o estado do Rio de Janeiro, mas para o Brasil. Um festival de cinema e política é sim um ato de resistência muito importante porque conta a história do cinema brasileiro. E realizar uma segunda versão de um festival de cinema e política que em um cinema como Henfil, gratuito, de altíssimo nível de qualidade, com uma programação que contempla a sociedade maricaense, é realmente um fato histórico”, comentou.
O jornalista Cid Benjamin salientou o compromisso do festival na construção da democracia e na formação cultural do cidadão.
“Eu acho que isso é papel de toda e qualquer instituição. Isso ajuda a formar cidadãos e a combater o totalitarismo”, disse o jornalista. “É essencial que a gestão pública trabalhe a formação de consciência crítica da sociedade”, emendou o secretário de Cultura e das Utopias, Sady Bianchin.
A programação segue no próximo fim de semana com exibições que promovem diálogos sobre cinema, política, memória e contemporaneidade — sempre com entrada gratuita e aberta ao público. O festival é uma realização da Secretaria de Cultura e das Utopias de Maricá, em parceria com o Centro de Criação de Imagem Popular (CECIP).
Confira a programação:
Sexta-feira, 27 de junho
17h30 – Mesa: “Cinema, Religião e Política” — com Frei Betto, Marcela Giannini (mediadora), Sergio Luiz Souza, Sady Bianchin e Washington Quaquá
19h – Filme: Batismo de Sangue (Helvécio Ratton, 2007)
Sábado, 28 de junho
17h30 – Mesa: “Cinema e Memória Social” — com Paula Sacchetta, Isis Macedo (mediadora), Mariana Figueiredo e Beto Novaes
19h – Filme: Verdade 12.528 (Paula Sacchetta, 2013)
Domingo, 29 de junho
17h30 – Mesa: “Cinema, Política e Contemporaneidade” — com Hildegard Angel, Francisco Carlos Teixeira e Sergio Rezende
19h – Filme: Zuzu Angel (Sérgio Rezende, 2006)