Caso de Charlie, o cão gigante que voou ao lado da influencer Pietra Luccas, reacende debate sobre o transporte aéreo de animais de grande porte e escancara o atraso das leis brasileiras
Uma cena emocionante e rara ganhou as redes sociais e provocou uma necessária reflexão sobre o tratamento dado aos animais em viagens aéreas. O protagonista é Charlie, um dogue alemão de grande porte, que viajou ao lado de sua tutora, a influenciadora digital Pietra Luccas, e que já é conhecido nas redes como @greatcharliedane.
No vídeo, que rapidamente viralizou, Pietra aparece entrando tranquilamente na aeronave com Charlie ao seu lado. O cão, de comportamento exemplar, logo se deita no chão da cabine, sem causar incômodos ou distrações aos demais passageiros — o oposto do que, muitas vezes, ocorre com adultos e crianças durante voos.
Animais não são carga
A maioria das companhias aéreas, no entanto, ainda trata cães grandes como carga, obrigando-os a viajar no porão da aeronave — um ambiente barulhento, instável e frequentemente traumático. Casos de ferimentos, estresse e até mortes são mais comuns do que se imagina, mas pouco divulgados.
Charlie, por muito pouco, não teria sido mais uma vítima desse sistema desumano. Mas o bom senso e a empatia prevaleceram, permitindo que ele ficasse ao lado da tutora, tranquilo, recebendo carinho e admiração.
Lá fora, mais respeito aos animais do que muitas pessoas recebem no Brasil
A repercussão do vídeo expõe um contraste doloroso: em muitos países, cães como Charlie são tratados com mais dignidade do que muitas pessoas são tratadas no Brasil. Algumas companhias estrangeiras já permitem que cães de grande porte viajem na cabine, especialmente quando são animais de apoio emocional ou bem treinados.

E no Brasil? Só na imaginação…
No Brasil, o transporte de animais de grande porte ainda é tratado com rigidez desproporcional. Mesmo com toda documentação, comportamento exemplar e vínculo afetivo com os tutores, esses pets são automaticamente enviados ao compartimento de carga — como se fossem objetos.
Nossas leis são antigas, frias e desconectadas da realidade dos lares brasileiros, onde os animais são parte da família e merecem cuidado e respeito.
É uma questão de ética, não de conveniência
O voo tranquilo de Charlie e Pietra mostra que é possível fazer diferente. Não se trata de luxo ou capricho — trata-se de ética, empatia e responsabilidade.
Animais não são bagagem. São vidas.
Editorial Conexão Lagos
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