Quaquá sucedeu o mandatário de Kazan, Ilsur Metshin, que presidia a associação desde sua fundação, em 2024. O prefeito de Maricá expressou seu compromisso com a construção de um novo modelo de governança mundial. “As cidades desempenham um papel central na transformação global. Temos a responsabilidade de construir um mundo mais justo e sustentável, com foco na cooperação e no respeito mútuo”, disse.
A cerimônia de abertura do evento contou com a presença de importantes lideranças, como a prefeita de Cobija, Ana Lucia Reis Melena; o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; e representantes da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Quaquá destacou ainda, em seu discurso, a relevância das cidades na construção de uma nova ordem mundial. “Estamos vivenciando uma transição histórica, em que as cidades serão protagonistas na criação de um mundo mais justo, inclusivo e respeitoso com as diferentes culturas e formas de organização social”, declarou.
Além da eleição de Quaquá, a Assembleia Geral aprovou o estatuto da Associação e redigiu uma carta conjunta dos municípios aos chefes de Estado do bloco BRICS+, propondo uma maior integração dos governos locais aos mecanismos multilaterais de financiamento. Durante o evento, Maricá firmou acordos de cooperação com várias cidades internacionais, incluindo Petrozavodsk (Rússia) e Independencia (Peru), e consolidou sua posição como um polo de intercâmbio cultural, tecnológico e institucional.
Nova presidência
A presidência de Quaquá também está centrada em fortalecer as ações de adaptação climática, destacando a importância da resiliência urbana. De acordo com o Banco Mundial, cada dólar investido em resiliência climática pode gerar economias de até sete dólares em custos futuros relacionados à reconstrução e assistência humanitária. Quaquá reforçou que a adaptação climática será uma das prioridades durante sua gestão, com foco nas ações municipais, que se alinham com os compromissos globais de sustentabilidade.
Outro ponto central da nova gestão será a reconfiguração da arquitetura financeira dos BRICS, promovendo o acesso direto dos municípios aos instrumentos de financiamento, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Esse modelo permitirá que as cidades desenvolvam projetos de impacto local com abrangência global, especialmente em áreas como mobilidade urbana, gestão de resíduos, habitação social e políticas culturais.
Maricá no Cenário Internacional
A realização do evento em Maricá não apenas fortaleceu a posição da cidade como um polo de debates sobre governança local, mas também proporcionou a apresentação de políticas públicas exitosas implementadas no município. Entre as visitas realizadas pelas delegações internacionais, destacaram-se a Fazenda Pública Joaquín Piñero, o Banco Mumbuca, modelo de economia solidária, e o Centro de Educação e Tecnologia, que serve como exemplo de inovação no setor público.
Protagonismo nas Relações Internacionais
A eleição de Quaquá à presidência da Associação de Cidades e Municípios dos BRICS+ representa um marco nas relações internacionais do Brasil, com um papel crescente das cidades na formulação de políticas globais. Para Jorge Castor, secretário de Relações Internacionais de Maricá, “este evento reforça a posição de Maricá como um interlocutor chave no diálogo internacional, e consolida a importância dos governos locais na construção de um futuro mais justo e sustentável”.
Ao assumir a presidência da Associação, Washington Quaquá enfatizou a importância do protagonismo municipal: “As cidades têm o poder de transformar o mundo, e estamos na liderança dessa revolução global”, completou.