A cada transição no Vaticano, uma antiga lenda volta a circular com força: a chegada do “Papa Negro” e o suposto fim da Igreja Católica. Esse mito, alimentado por interpretações livres e teorias conspiratórias, volta à pauta especialmente quando surgem nomes de arcebispos africanos como possíveis papáveis. Mas afinal, o que há de verdade nisso tudo?

A profecia que nunca mencionou um “Papa Negro”

A confusão nasce da chamada “Profecia de São Malaquias”, escrita no século XVI (e não no século XII, como se afirma). Essa profecia lista 112 lemas supostamente associados a cada papa até o fim dos tempos. No entanto, em nenhum momento a profecia menciona a expressão “Papa Negro”.

O último da lista seria “Petrus Romanus” (Pedro, o Romano), descrito como o pastor da Igreja em tempos de tribulação — uma alegoria aberta a muitas interpretações.

Imagem criada por Inteligência Artificial

A ideia de um “papa negro” se consolidou com o tempo por duas razões principais:

  • A associação visual e simbólica com os Jesuítas, que vestem preto e, por séculos, foram considerados o “braço intelectual e disciplinador” da Igreja;

  • A suposição popular e racial de que um papa de origem africana traria mudanças drásticas ou sinalizaria o fim de uma era.

Já tivemos o “Papa Negro”? Tudo indica que sim — e nada aconteceu

Anchieta e Nóbrega na cabana de Pindobuçu, por Benedito Calixto (1927). Acervo do Museu do Ipiranga

Com a eleição do Papa Francisco, em 2013, um marco histórico se concretizou: o primeiro papa jesuíta da história. Isso, para muitos estudiosos e fiéis, já cumpre o “mito do Papa Negro”. Afinal, ele veio da ordem mais associada à rigidez doutrinária da Igreja.

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Contudo, o que se viu foi o oposto: Francisco se tornou o rosto da humildade, da inclusão e do diálogo inter-religioso, promovendo reformas internas e tentando aproximar a Igreja dos pobres e das periferias do mundo.

E se o próximo papa for africano? Que seja bem-vindo!

Entre os nomes mais cotados para um futuro conclave está o arcebispo de Gana, Peter Turkson, um dos cardeais mais respeitados no Vaticano por sua formação teológica, postura ética e visão social. Caso ele fosse eleito, seria o primeiro papa negro em sentido literal, algo absolutamente natural e positivo diante da realidade da Igreja global, onde a África é hoje um dos maiores celeiros de vocações católicas.

Também há nomes fortes do sudeste asiático, como nas Filipinas, outro país com grande base católica e vocações em crescimento. E qualquer um desses caminhos, longe de significar o fim, marca a renovação e o alargamento da Igreja no mundo atual.

O fim não é o mundo acabar. É o começo de uma nova era.

Quando se fala no “fim” da Igreja, é importante compreender que não se trata de destruição, mas sim de transformação. E essa nova era já começou com o Papa Francisco, o primeiro jesuíta no trono de Pedro, trazendo à luz uma Igreja mais aberta, social, humana e global.

Imagem criada por Inteligência Artificial

Se vier um papa africano, será mais um passo firme nos caminhos da representatividade e da justiça histórica. Se for filipino, idem. O importante é perceber que o Espírito sopra onde quer, e o novo não é ameaça, mas oportunidade.

Bem-vindo ao século XXI.


Você já ouviu falar sobre essa profecia? O que pensa sobre a possibilidade de termos um papa africano ou asiático nos próximos anos?
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Por: Editorial Conexão Lagos
WhatsApp: (21) 97949-0675

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