Um caso de desrespeito e falta de empatia envolvendo uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) gerou indignação nas redes sociais neste fim de semana, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. A denúncia foi feita por uma jovem que levou o irmão autista para assistir a um filme no Maxi Movie, cinema localizado no distrito de Unamar, em Tamoios.
Segundo o relato, ao entrarem na sala, o jovem autista apresentou resistência para chegar até os assentos previamente marcados. Para evitar desconforto a ele e aos demais espectadores, os dois decidiram se acomodar em cadeiras desocupadas, próximas à entrada. Pouco depois, ambos foram abordados de forma considerada ríspida pelo gerente da unidade.
“Ele falou com extrema arrogância, como se estivéssemos fazendo algo errado, mesmo após eu explicar a situação do meu irmão. Faltou sensibilidade e respeito. Saí chorando da sala, completamente abalada”, contou a irmã, ainda emocionada.
A jovem afirmou que tentou contato com a administração do cinema por e-mail e mensagens, mas não obteve resposta. Após compartilhar o relato nas redes sociais, amigos se manifestaram comentando no perfil oficial do cinema, pedindo mais respeito às pessoas com autismo. Segundo ela, os comentários foram apagados pela equipe do cinema, o que aumentou ainda mais o sentimento de descaso.
“O que mais dói é ver que a dor de uma família pode ser ignorada dessa forma. Inclusão é um direito garantido por lei”, destacou.
Resposta do cinema
Procurado pela equipe do Conexão Lagos, o Maxi Movie publicou uma nota de retratação em sua página oficial, afirmando que sempre busca acolher com respeito clientes e familiares de pessoas com TEA. De acordo com o comunicado, o ocorrido teria sido um mal-entendido, sem cunho pessoal ou discriminatório.
Ainda segundo a nota, como o filme já havia começado, a equipe não encontrou uma forma ideal de abordar a situação. A empresa também garantiu que o gerente não teve a intenção de ofender e se colocou à disposição para dialogar com a família, oferecendo cortesia para uma nova sessão, à escolha dos irmãos.
Inclusão é lei, não favor
O episódio reabre o debate sobre a importância da capacitação de funcionários de estabelecimentos públicos e privados para o atendimento humanizado de pessoas com deficiência, especialmente no que diz respeito ao autismo. A Lei 12.764/2012 — que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista — garante tratamento digno, direito à inclusão e à acessibilidade.
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